06 junho 2004

Dia Mundial do Ambiente em Entre-os-Rios

A VALSAQ, para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, fez uma pequena passeata pelas freguesias da Eja e de Entre os Rios, no concelho de Penafiel.
Esta visita serviu para nos confrontarmos com um dos maiores atentados paisagísticos que ocorreram no Vale do Sousa: a nova ponte do Douro, e restante envolvente, construída na sequência da mediática tragédia que ocorreu pelo desabar da antiga ponte Hintze Ribeiro.
Uma das zonas mais bonitas desta região foi maculada com esta construção. Não dá, de facto, para descrever como ficou a obra. Só vista! Quem conheceu esta zona e quem a vê agora não pode deixar de ficar pasmo com a incúria de quem a mandou construir.
A completa despreocupação com o enquadramento paisagístico da dita originou uma descaracterização profunda do património ambiental e paisagístico do local onde se unem dois dos mais bonitos rios portugueses.
Mais uma prova que a pressa política e a ausência ou ignorância dos estudos de impacto ambiental são uma das maneiras mais fáceis de desrespeitar o ambiente e de dificultar o advento de um correcto ordenamento do território.
Esta nova ponte é mais um dos exemplos, entre tantos outros, a não repetir. Mas este é o caminho que ainda se trilha. E este é o caminho que nos conduzirá a outras tragédias!

Convém também referir que a extracção das areias dos leitos dos rios, apesar de ter sido tão comentada pela comunicação social, parece que já foi novamente esquecida...

2 comentários:

a.leitão disse...

Parcialmente de acordo com o artigo.
Não fora as pressas de remediar um problema e teria havido outras alternativas melhores mas não muito melhores.
Só quem conhece a zona, e eu conheço porque me passa nas "barbas", sabe que as alternativas eram:
Ou não se fazia nada ou esperavam-se mais 50 anos para diminuir um "pouquinho" as reprecussões ambientais.
A geografia do terreno dava para pouco mais, ie em qualquer local haveria sempre agressão ambiental.
Embora não seja apreciador do resultado intermédio, porque é disso que estamos a falar, estou certo que a "patine" do "tempo" corrigirá o problema.
Relativamente à nova ponte há gostos para tudo, senão o que seria do amarelo...

a.leitão disse...

Esquecia-me de acrescentar que o grande problema ambiental foi sempre a extracção das areis.
Custa-me a compreender que sejam técnicos que estão reformados há quase 20 anos que vão pagar as favas...
Mas há fotos de como era o areal à volta dos pilares antes de enchimento da barragem... e são muito interessantes e estão na internet.
Admira-me tb que não chame a atenção para o ESCARRO junto à Ponte Duarte Pacheco do lado do Marco de Canavezes