31 maio 2004

Praias: a nossa água

A Quercus publicou hoje um comunicado com os resultados de um estudo sobre a evolução da qualidade das praias de Portugal. Esse comunicado revela que, de 2002 para 2003, aumentou o número de praias de má qualidade (de 6 para 7), bem como o número de zonas balneares de boa qualidade (de 257 para 267).Saldo positivo?
Segundo Francisco Ferreira, dirigente da Quercus, em declarações ao Diário de Notícias, não! Este dirigente afirmou que "várias análises de classificação má não foram contabilizadas porque se considerou terem sido prejudicadas devido a más condições meteorológicas".
Mas o pior cenário não é nas praias do litoral, mas sim nas praias do interior, mais sensíveis aos efeitos da poluição. A maior parte das praias interiores analisadas apresentam apenas um nível aceitável de qualidade e muitas há que se encontram encerradas ou com classificação má, devido, entre outras causas, ao baixo índices de saneamento básico, a explorações agro-pecuárias e à poluição industrial.
No comunicado da Quercus também podemos também encontrar dez conselhos para quem gosta de usufruir das praias de Portugal e a listagem das praias de ouro (169 praias com classificação de bom entre 1999 e 2003.)
Contudo, segundo notícia do Público, a Associação Bandeira Azul (A.B.A)avisou que quatro das praias desta lista (Pedrógão Centro, Melides, Altura em Manta Rota e Polvoeira, em Alcobaça) têm afinal um "historial de risco" e nem sequer foram candidatas à Bandeira Azul. Há, por parte da A.B.A. um certa incompreensão dos critérios que levou a Quercus a elaborar esta listagem (»»»mais).

Independentemente de todas estas questões, uma coisa é certa: as praias do interior são das mais sensíveis e com águas com pior qualidade devido à quase inexistência de Saneamento Básico (entre outros problemas)!

Já agora convêm não esquecer que Paredes e Penafiel são dois dos concelhos do país mais deficitários em termos de tratamento de águas residuais. Só 8% da população de Paredes e 10% da de Penafiel é servida por ETAR. Apesar de algumas boas notícias a realidade não é muito animadora! Há que agir!

De facto, a VALSAQ pretende reflectir seriamente sobre a qualidade das águas do Vale do Sousa.

Iniciemos a reflexão com uma questão:
Como estarão as águas do Vale do Sousa? (uma resposta)


2 comentários:

João Soares disse...

Boa, valsaq
Estou contente por haver mais um blogger na area do Ambiente...Parabéns e força!!
Já dei aulas em penafiel e visito-a com alguma frequência...haja alguém preocupado pelo ambiente em geral e sobretudo, local!!
Abraços

Anónimo disse...

Este é um assunto muito importante e deve ser muito bem analisado. A maioria da população não tem consciência dos risco que corre ao consumir água do poço. E a ignorância sobre o tema é tanta, que mesmo quando têm a possibilidade de usar àgua tratada preferem a do poço julgando-a melhor.

Penso que nesta área a VALSAQ terá de certeza um papel importante.
Força e parabens.